A anemia infecciosa das aves ocorre em todos os países. É uma infecção que causa uma doença denominada “asa azul” nas galinhas, anemia infecciosa, síndrome hemorrágica ou síndrome da dermatite.
Os sinais clínicos aparecem em animais jovens com o sistema imune imaturo.
A doença é caracterizada por anemia transitória, atraso no crescimento e hipoplasia de timo e medula óssea. A infecção torna-se mais séria quando associada a vírus imunossupressores.
Etiologia
Vírus DNA pequeno e não envelopado. Classificado na família Circoviridae, gênero Gyrovirus.
É resistente à maioria dos tratamentos. Também ao éter, clorofórmio e pH 3,0 e parcialmente inativado a 80°C por 30 minutos.
A inativação completa pode obtida a 100°C por 15 minutos. Por isso, é muito difícil de ser eliminado de granjas contaminadas.
Epidemiologia
Somente galinhas são susceptíveis. Animais infectados têm resposta reduzida às vacinações, resultando em diminuição de resposta humoral e medida por células. A perda do lote depende da idade, nível de anticorpos maternos e se coexistem doenças imunossupressoras.
Transmissão
Há transmissão horizontal e vertical. A transmissão horizontal pe por contato direto ou indireto. O vírus pode ser detectado nas fezes, suabes cloacais e cama. Pode ter disseminação mecânica por pessoas, equipamentos e veículos. A transmissão horizontal ocorre por ovos de reprodutoras infectadas.
Sinais clínicos
Varia de acordo, presença de anticorpos e infecções secundárias. Galinhas de todas as idades são susceptíveis, mas pintos com menos de 2 semanas são susceptíveis e desenvolvem sinais clínicos. Aves com anticorpos maternos são refratárias.
A doença pode se manifestar de forma clínica e subclínica. As aves apresentam-se deprimidas, pálidas (anêmicas) e anoréxicas. Esfregaço revela anemia, pancitopenia ou leucopenia, o sangue pode estar aquoso e de coagulação lenta.
Podem ser observadas lesões hemorrágicas na pele (dermatite gangrenosa e/ou asa azul) propensas a infecções secundárias. Há redução de peso mesmo em aves recuperadas. Em aves jovens há alta mortalidade.
Lesões
Lesões hemorrágicas em subcutâneo e músculos, órgãos viscerais pálidos, coloração levemente rosa na medula óssea e atrofia tímica. Atrofia e aplasia podem ser observadas microscopicamente nos tecidos hematopoiéticos, com substituição por tecido adiposo. O timo pode estar atrofia, marrom-avermelhado com depleção linfoide grave visível em microscopia.
Patogenia
Aves nos primeiros dias de idade apresentam viremia dentro de 24h pós-infecção, sendo eu o vírus pode ser detectado em quase todos os órgãos.
O vírus pode ser reisolado de todos os órgãos até 4 semanas após a infecção e das fezes até 7 semanas.
Após duas semanas, a viremia começa a desaparecer e anticorpos podem ser detectados no soro a partir desse momento.
Diagnóstico
Atrofia dos órgãos linfoides, principalmente do timo é sugestiva de CIAV. A técnica de PCR é a mais recomendada. O fígado é o órgão de eleição para isolamento do fígado, outros são pele, baço, timo, pulmões, coração, bolsa de Fabricio, músculo, fezes e medula óssea.
Controle
Não existe tratamento específico. Porém, infecções bacterianas secundárias devem ser tratadas com antibióticos. Ademais, boas práticas de biossegurança podem ajudar na redução da possibilidade de exposição ao vírus.
Uma prevenção efetiva pode ser alcançada assegurando que as reprodutoras desenvolvam anticorpos ao CIAV antes do início da postura.
Pela transmissão vertical do vírus pode ser evitada, pois os pintos nascerão com anticorpos maternais. As estratégias de vacinação estão baseadas na prevenção da transmissão vertical do vírus por imunização dos lotes de reprodutoras.
Referência: RAVOLLEDO, Liliana; FERREIRA, Antônio J. P. Patologia Aviária. São Paulo: Manole, 2009.
ANEMA INFECCIOSA DAS GALINHAS: REVISÃO DE LITERATURA(unifio.edu.br)