Doença articular degenerativa também chamada de osteoartrite ou osteoartrose é uma doença de caráter crônico de curso progressivo. A doença evolui por longos períodos, às vezes iniciando-se na idade mais jovem. Os sintomas se manifestam tardiamente quando o animal apresenta uma idade mais avançada.
A principal característica da doença articular degenerativa é a perda de porções da cartilagem articular havendo uma exposição do osso subcondral.
Na figura, observa-se a exposição do osso subcondral em virtude da perda de áreas da cartilagem, com o desaparecimento da superfície articular. Observa-se também áreas de erosões, com a perda da cartilagem e função articular.
A exposição do ossosubcondral resulta em dor e estímulo a uma reação inflamatória crônica e proliferação de tecido conjuntivo formando uma fibrose. Esta realiza uma espécie de soldagem das superfícies articulares o que impede a movimentação da articulação na maioria das vezes.
No caso da doença articular degenerativa, é comum que o processo inflamatório esteja ausente, pois trata-se de um processo degenerativo sem uma inflamação associada. Porém, sabe-se que não há um agente o responsável pela lesão, uma bactéria, por exemplo.
Causas de Doença Articular Degenerativa
A causa dessa doença ainda não está muito bem estabelecida, contudo sabe-se que há fatores genéticos que influenciam no seu estabelecimento por meio de uma falha na atividade de reposição das células articulares. Ou seja, em termos gerais, haveria uma inabilidade das células articulares de se renovarem, de haver uma reposição dessas células que vão morrendo.
Isso quer dizer que, o tecido articular, assim como o tecido ósseo, é dotado de uma capacidade constante de renovação. Essa atividade deve estar sempre em equilíbrio. Portanto, a perda das células velhas deve ser em velocidade ideal para que haja tempo de células novas repovoarem o local. Quando há um desequilíbrio e as células velhas morrem antes de células novas as substituírem, ocorrem falhas em algumas áreas da articulação.
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As causas mais comuns que levam ao atraso da atividade de renovação é a influência de determinados hormônios que estimulam a proliferação celular e as deficiências nutricionais.
Sinais da Doença Articular Degenerativa
A lesão é de caráter progressivo, evoluindo de forma crônica e o resultado é a destruição da cápsula articular. Nas lesões de curso bastante prolongado são observadas erosões focais e formação de osteófitos . Em uma fase bem tardia do processo, nas áreas onde houveram perda da superfície articular haverá proliferação de tecido ósseo formando-se lesões de aspecto nodular. Trata-se de uma formação osteófitosa.
A presença de osteófitos complica mais o processo porque tendem a comprimir as estruturas de tecidos moles adjacentes à superfície articular em um processo de remodelação. Nesse processo, à medida que ocorre o processo de destruição da superfície articular, também se instaura uma atividade de remodelação osteocondral que é uma proliferação do tecido ósseo nas áreas onde a cartilagem foi perdida. Primeiramente, ocorre uma proliferação de células da cartilagem, os condrócitos, depois a calcificação dessas áreas, formando os osteófitos, que são o resultado desta atividade.
As lesões podem ser monoarticulares ou poliarticulares, sintomáticas ou não. Na maioria dos casos, os sintomas aparecem tardiamente em animais velhos e quando se manifestam, as áreas de perda da cartilagem já estão bastante extensas. Portanto, é um início de evolução silenciosa.
Como resultado dessa perda de áreas da cartilagem, ocorre deformidade da articulação. O que leva à manifestação de dor e perda da função da articulação.
Fatores Predisponentes
Sabe-se que todas as espécies animais estão suscetíveis à doença articular degenerativa, mais notadamente em cães e gatos, que por serem animais de companhia, atingem em idades mais avançadas. No entanto animais de produção eventualmente podem apresentar este tipo de lesão.
Principalmente nos cães, os sintomas podem aparecer entre 3 e 5 anos de idade. Poodles e rottweilers apresentam lesões mais graves por volta dos nove anos de idade.
Os fatores predisponentes são:
- Idade avançada
- Gênero, sendo os machos mais predispostos
- Raça: grandes e gigantes
- Trauma cirúrgico: cirurgias ósseas ou em articulações
- Exercícios intensos na fase de crescimento do animal
- Genética
Observa-se maior frequência de doença articular degenerativa em cães da raça labrador e pastor alemão. Não se sabe as causas das raças gigantes serem mais acometidas. Acredita-se que o processo de instalação da doença esteja associado a uma sobrecarga do peso do próprio animal. Por isso, se o animal for obeso, aumenta a predisposição individual.
Na figura, são mostradas lesões graves em fase bastante avançada do processo. Observa-se comprometimento do tecido ósseo subcondral. O osso adquire um aspecto esponjoso devido a essa perda de grandes quantidades de tecido ósseo.
A lesão de doença degenerativa articular em uma fase mais inicial, apresenta pequenas áreas de ulceração na superfície articular. A superfície vai apresentando aspecto rugoso – em condições normais, a articulação saudável apresenta a superfície lisa e brilhante.
A rugosidade e a perda de áreas da articulação sugere degeneração articular ou outra doença, que pode ser uma inflamação na articulação.