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Pneumovirose (APV): a rinotraquíte dos perus

Pneumovirose (APV): a rinotraquíte dos perus

A Pneumovirose (APV) foi inicialmente conhecida como vírus da rinotraqueíte dos perus (TVT).

Patógeno primário em peru, sendo causa de rinotraqueíte dos perus e provavelmente está envolvido com doenças em galinhas como síndrome da cabeça inchada (SHS).

Etiologia

Gênero: Metapneumovírus
Subfamília: Pneumoviridae
Família: Paramyxoviridae
RNA cadeia simples.
Subtipos A, B, C, D.
Epidemiologia

Acomete galinhas e perus, podendo ocorrer em patos e outras aves.

Perus: infecção respiratória grave, caracterizada por ronqueira, espirros, estertores traqueais, descarga nasal clara, inchaço dos seios infra-orbitários e edema submandibular. A descarga nasal pode se tornar espessa e mucopurulenta como resultado de infecções bacterianas secundárias.

As aves podem sacudir a cabeça e tosse. O começo dos sinais é rápido e a infecção pode se propagar através da excreção dentro de 24h. Em infecção não-complicada, a mortalidade é baixa e poucos sinais são observados; recuperação rápida (10-14 dias).

O manejo incorreto pode favorecer o aparecimento de infecções bacterianas secundárias como aerossaculite, pericardite, pneumonia ou prolongar sua permanência na ave. A morbidade pode alcançar 100% e aumentar a mortalidade em 80%.

O nível de mortalidade da pneumovirose depende do tipo da incidência de infecções secundárias, assim como do manejo padrão da granja e da biossegurança. Em perus de postura, a infecção causa sinais respiratórios e queda na produção (70%). Recuperação pode levar 3 semanas e aumento na produção e ovos de casca fina pode ser observado nesse período.

Galinhas: diferente da situação de perus, nos quais a doença está bem definida, o papel do APV em galinhas é menos claro.

Síndrome da cabeça inchada: ocorre em frangos de corte de 4-6 semanas de idade; reprodutoras no pico da postura.

Sinais clínicos da Pneumovirose duram 2-3 semanas. A síndrome é caracterizada por apatia e inchaço da face e dos seios infra-orbitários, juntamente com tosse, ronqueira,traqueíte grave e descarga ocular e nasal.

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Desorientação cerebral, torcicolo, opistótonos e depressão. Mortalidade não passa de 2%, morbidade de 10% e em reprodutoras a produção de ovos é muitas vezes afetada. O APV não é o único agente relacionado à SHS.

A replicação ocorre em trato respiratório superior e traqueia. O vírus pode ser encontrado em pulmões e sacos aéreos.

Patologia da Pneumovirose

Macroscopia: muco traqueal ou ocular, secreção nasal mucoide e aquosa. Muco pode ser turvo se houver infecções secundárias. Em infecções não-complicadas, mortalidade é baixa e poucas lesões macroscópicas. Entretanto, quando ocorrem infecções secundárias e mortalidade, o exame post-mortem mostra pericardite, periepatite, aerossaculitepeneumonia e adesão entre pericárdio e epicárdio.

Microscopia: rinite com obstrução do epitélio e perda dos cílios, hiperemia e infiltração mononuclear leve na submucosa são observadas no tecido por 1-2 dias após a infecção e perda excessiva de cílios é observada com alguma formação de vacúolos.

Depois disso, rinite catarral com exsudato mucopurulento e infiltração inflamatória mononuclear é observada na submucosa. Exsudato inflamatório copioso é observado na traqueia. Inclusões citoplasmáticas eosinofílicas podem ser observadas no epitélio ciliado da cavidade nasal e na traqueia. A recuperação é completa 9-10 dias.

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Transmissão

Vírus RNA envelopado, pouco resistente fora do hospedeiro. Higiene e biossegurança na granja minimizam o risco de transmissão. A replicação é em trato respiratório, a transmissão é via aérea, pode ocorrer via excreção. O meio de transmissão mais importante é o contato direto. O vírus é altamente infeccioso, podendo se propagar rapidamente em aves alojadas nas proximidades.

Aves de todas as idades são suscetíveis, mas os sinais são mais graves em aves jovens. Falta de higiene, ventilação, alta densidade, frio e umidade podem resultar em problemas mais sérios.

Diagnóstico

Baseado em sinais clínicos (difícil por não haver sinal claro e patognomônico), sorologia e isolamento viral.

Diferencial: perus – coriza dos perus, micoplasmose, ORT, Bordetellaavium. Galinhas – outros agente de campo.
Prevenção, controle, tratamento

Boas práticas de manejo, como correta densidade de aves, ventilação adequada, boa qualidade da cama biossegurança, a fim de combater a infecção e evitar infecções secundárias. ATB para infecções secundárias.

Controle

Vacinas vivas ou atenuadas são usadas em perus em crescimento e frangos de corte e, para futuras poedeiras e reprodutoras, uma injeção intramuscular ou subcutânea de vacinas inativadas antes do início da postura é recomendada.

Vacinação correta leva a boa imunidade do lote. Vacinas atenuadas podem aplicadas em água de bebida ou spray.

Não deve ser aplicada junto com vacinas de bronquite infecciosa e Newcastle. A imunidade materna não protege contra a infecção.

O agente é facilmente destruído por agentes químicos, calor, radiação, oxidação e intervalo amplo de pH. Porém, o vírus pode ser protegido dos efeitos desses agentes quando ele está dentro de uma parede protetora de material biológico, como a cama em um galpão de aves.

Referência: RAVOLLEDO, Liliana; FERREIRA, Antônio J. P. Patologia Aviária. São Paulo: Manole, 2009.

Materiais para estudo:

Pneumovirus – an overview | ScienceDirect Topics

SÍNDROME DA CABEÇA INCHADA ASSOCIADA AO PNEUMOVÍRUS AVIÁRIO (fmu.br)

Como proteger sua granja da pneumovirose aviária – (revistadeagronegocios.com.br)

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